Depende da população a decisão de não corrermos mais riscos de desastres nucleares. Sem a pressão popular os governos nada farão!
Isso poderia ser a síntese do que foi debatido com o monge japonês Yoshihiko Tonohira e sua filha Yuko, na palestra promovida pela AGAPAN no dia de 23 de janeiro na Sala da Convergência da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.
Mesmo com a dificuldade do idioma, Yoshihiko e Yuko palestraram em japonês com tradução consecutiva, todos os que participaram da palestra mostraram grande entendimento com o tema: o acidente na Usina de Fukushima e o perigo nuclear. Yoshihiko Tonohira fez críticas ao comportamento do governo japonês ao omitir informações sobre os níveis de radiação na área de Fikushimapara a população do país, porém passando essas informações para as bases militares estadounidenses imediatamente, para que essas bases fossem evacuadas se julgassem necessário.
Apontou também, segundo a opinião pública japonesa, os responsáveis pelo grave acidente: a empresa de eletricidade que administra a usina com a cumplicidade do governo japonês.
A imprensa japonesa também foi criticada, pois criou uma falsa imagem da reação da população e da estranha valorização de ações das forças militares japonesas após o problema de Fukushima. A imprensa foi usada pelo governo para “maquiar” dados e informações e com isso a população que ignorava os dados e informações reais, ficou exposta a riscos ainda maiores.
Yuko, sua filha e participante de movimentos eco-feministas, mostrou panfletos do Ministério da Saúde que nada diziam sobre o que fazer caso alguma criança fosse contaminada pela radiação. Complementou as críticas de seu pai à imprensa, pelo modo que o tema foi noticiado e também pela apologia ao esquema militar japonês durante a crise. Deixou claro que os grandes incentivadores desse tipo de energia são os esquemas militares, traçando um paralelo entre Japão e Brasil: no Japão a energia nuclear foi imposta pelos militares dos Estados Unidos que ocuparam e administraram o país após o fim da segunda guerra e no Brasil o modelo foi aplicado durante a ditadura militar.
Algumas perguntas de Yoshihiko e Yuk continuam sem respostas. “Como fazer uma evacuação em massa de área densamente habitada caso surja necessidade para isso?”
“Como acreditar nas informações do governo que os níveis de radiação dentro do reator avariado estão estáveis e que não existe a possibilidade do problema se agravar se para isso existe a necessidade de fazer estudos “in loco” – o que ainda não foi possível fazer – por técnicos altamente qualificados?”
Atualmente no Japão, apenas 4 das 54 usinas nucleares estão em funcionamento. Isso foi decidido após o acidente de Fukushima, o governo está revisando a segurança das demais. No final da palestra todos concordaram que é necessário uma mobilização mundial para desativar as usinas nucleares, pois os problemas que um único acidente cause terão reflexos em todo o planeta.
Outras oportunidades para assistir as palestras:
25/1-Painel: Movimento pacifista, antinuclear, direito da minoria Aynu e diálogo interreligioso.
Palestrantes: Yoshihiko Tonohira
Local: Cais do Porto – Armazém 6
Horário:11h30min
Língua: Japonês – Tradução Consecutiva
25/1- Painel: Ecofeminismo, movimento anti-nuclear, pacifismo e direitos humanos
Palestrante: Yuko Tonohira
Local: Cais do Porto – Armazém 6
Horário: 14h
Língua: Inglês/Japonês – Tradução Consecutiva
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Obrigado pela visita, um dia terei a oportunidade de conhecer a honrosa rua de voces, abraços, add os blog. boa Tarde.
Uma entrevista que esclarece os fatos e a omissão de um governo perante a sua população.